OUTROS POEMAS DO 'FORNO FEMININO'
MULHER PERIFÉRICA
Sabe ferir na palavra. É
dela um palavrão como um tiro,
seus trapos na língua,
o hálito desnutrido dos bares
ela é barulho bebeu da loucura a
palavra seca impulso de algum vinho.
mataria quem lhe chegasse aos ouvidos
Perpétua no seu estar solta por aí,
bebeu um bocado de cada lugar,
noutro mundo não irá a farra dela é
aqui mesmo.
Aqui fez a guerra conheceu enormidades
foi aqui que ela se deformou e
carpiu os nomes de sua pátria;
envelheceu como uma lenda.
Francamente, sirvam-lhe mais vinho.
FOTOGRAFANDO CORPO EM CHAMAS...
silêncio espelho ela vestida de prata
ser lua sufoco cacos espelho quebrado
de assim. cobrir um corpo. pegadas: linda nudez
implicados na película ver de espelho~s tenso
o corpo ao lado. se resistir (é) corpográfico.
...E ELA, FOTOESPELHADA
um braço ilha de suas porções carnudas
acidental imagem da água devora os peixes
a prata do seu camuflado escama corpo de
pegadas cobria. corpografia fotoespelhar
Tuesday, June 15, 2010
Subscribe to:
Posts (Atom)