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Saturday, November 26, 2011

DESCER À CHUVA

..

chega dos rumores tece um parto à chuva;
sua bruma é o leite da manhã;
tem duas ânforas dispersas no peito
e alimenta os nervos à flor das paixões.

também eu desci à chuva cede-me uma ânfora;
havemos de conversar carne na carne;
na bruma da sua pele produzimos a língua;
os nossos nervos aproximam-se
como duas aves lânguidas tomadas de espasmos.

in a vitória é uma ilusão de filósofos e de loucos
......
(minúsculas águas)
..
a vida é para mim um aguardar d'águas;
o âmnio esclarece-me a visão.
quando chove estendo o corpo à beira das estradas,
marcho onde retorna o arco
íris sempre atento à púrpura o olhar de uva e
quando o sonho move águas
e a menina do olho bebe leite
como a prostituta singela em seu feriado
desdobra a seiva que destina ao mundo abastado.
ainda chego matinal ao orvalho e recolho
os três poemas: a semente. o grão. o fruto.
..
in o gasto da semente

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