IMAGENS DA CARÊNCIA
(O tempo que calávamos ou, pelo contrário, nos fazia chorar. Era a guerra civil em Angola e eu saía por aí espalhando imagens da escassez.)
(guarda uma água minina
guarda mais parece teta
de cabra. Orvalho que comi
é uma infância o TEMPO
este moinho breve)
DESSALARIADO
da semana sem acordes cumprira
os dias conquistados
o mês dessalariado busca
os bolsos do labirinto:
trago nos bolsos da geração
o peso das calças
a meio da carência,
balbuciando o mês despeja
a ressaca no barro
alheios os poucos dias
do catecismo pedira
novos ciclos ovulares
a meio da carência
preste à ave atingi
o litoral sanguíneo
INFLAÇÃO!!
nós vendemos tudo arrumamos barulhos vendemos
bandeiras brancas içamos gritos informais.
e nossas tristes glórias são só pensamentos: os
mercados seduzem o comprador de derrotas
quando até mi(ni)stérios mercantilizam o hino
nacional aqui mesmo, noutra emboscada onde
eu vivo um dólar apenas.
assim é o grão
tamanho de sorvo
ousadia
da estiagem
sinto
a casca
aflição hepá-
tica da
cifra
caseira
inflação
ementária,
assim é o grão.
Saturday, June 06, 2009
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