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Thursday, April 09, 2009

SUSSURRAVA A LUZ DESSA NOITE SEM FIM

foste quem a despertar suavizava
o medo contado à vida;

sussurravas o corpo destapavas
os ouvidos;

tu espevitas a canção que agita
a revolta cirúrgica
dum mundo em desconstrução.

e das vértebras às frases
recompões os caminhos andados;

é a sussurrar que revives fantasmas
cheios de teus ouvidos: espaços mortos,
falecidos. outras raivas,

a regurgitação dos barcos que desciam
pelo fundo da córnea.

no fim tu és muda, apenas dum olhar
que escorre trevas; ou duma fenda
que atravessa o barco do corpo.
pela garganta que afundava meus remos.

2 comments:

NAMIBIANO FERREIRA said...

Poeta, que belo e impressionante final: "a regurgitação dos barcos que desciam
pelo fundo da córnea.

no fim tu és muda, apenas dum olhar
que escorre trevas; ou duma fenda
que atravessa o barco do corpo.
pela garganta que afundava meus remos."
Obrigado!!!
Vou fazer um link no meu blog.

líria porto said...

"no fim tu és muda, apenas dum olhar
que escorre trevas; ou duma fenda
que atravessa o barco do corpo.
pela garganta que afundava meus remos."

esse é mesmo um grande momento da tua escrita!!! belíssimo!